Energia, agricultura e mineração são alguns dos principais setores para a nova economia

22/10/2011

 


Liliana Miranda. Diretora Executiva do Fórum de Cidades para a Vida. (Peru)
Arquiteta e especialista em meio ambiente urbano. Com uma Master sobre o gerenciamento e construção e um doutorado pela Universidade de Amsterdam, na Faculdade de Geografia no âmbito da Mudança Climática e a Vulnerabilidade da Água nas Cidades Metropolitanas na América Latina. Professora da Universidade no Curso do Master de Risco e Impacto Ambiental na Universidade Nacional de Engenharia (UNI) de Lima e no curso do Master de Planificação Territorial na Universidade Amazónica de Iquitos. Fundadora e Diretora Executiva do Fórum de Cidades para a Vida e coordenadora de pesquisa em WP4 sobre o projeto da União Europeia Chance2 sustain atualmente no Fórum.

 


Em entrevista à equipe EIMA 8, fala sobre suas expectativas para o evento e traçaprioridades para acelerar o desenvolvimentosustentável

Quais devem ser as prioridades para acelerar o processo para um desenvolvimento sustentável nos próximos dez anos? Qual é a maior prioridade?
 
Modificar a visão ideal do desenvolvimento baseada num padrão de desenvolvimento econômico e populacional infinito – também conhecido como neoliberal – por um mais respeitoso com o ambiente, justo, equitativo, cultural e politicamente responsável. Deveria ser prioridade também construir uma economia forte que minimizasse a dependência dos recursos naturais não renováveis e promovesse seus substitutos, racionalizando o uso dos recursos renováveis e respeitando a capacidade de carga da natureza.
 
Quais setores econômicos a senhora considera mais importantes para construir uma economia verde que ajude no desenvolvimento sustentável do planeta?
 
Energia, agricultura, mineração e atividades extrativas social e ambientalmente responsáveis. É necessário proteger e conservar recursos naturais de países como Peru e Brasil. Bens ecológicos e paisagem natural também precisam ser protegidos para não padecerem, não se tornarem escassos, nem serem contaminados. A conservação das fontes de agua também é vital. 
 
Qual o maior desafio das cidades hoje em dia?
 
São os desafios da mudança climática, especialmente a redução da vulnerabilidade da água e os desastres hidrometeorológicos. Isso significa crescer moderadamente, sem depredar, gerando infraestruturas ecológicas e eficientes para o uso dos recursos, a produção, uso e reúso de resíduos, e promovendo o desenvolvimento verde. Mais espaços na moradia para mais gente em cada uma e com mais espaço público verde.
 
 
Frente as previsões de crescimento populacional durante as próximas décadas, quais são as mudanças nos padrões necessários para que seja possível a redução da pegada ecológica dos países?
 
Manter uma pegada ecológica pequena com altos níveis de desenvolvimento solidário e mais justo, promovendo o consumo sustentável e a cultura da reciclagem e o reúso.
 
Quais são os passos para a transição da “cidade da expansão ilimitada” para uma cidade adaptada aos “limites de biocapacidade global”?
 
A mudança do paradigma de desenvolvimento no setor privado e da classe política com base em novas formas de produção, assim como a promoção de uma cidadania capaz de fazer prevalecer um consumo mais sustentável e responsável. Precisamos nos desenvolver considerando os desafios das mudanças climáticas.
 
Como se pode construir a mudança? Estamos realmente organizados social e politicamente?
 
Pelo exemplo individual, institucional e empresarial, pela disseminação de boas práticas ambientais entre consumidores, redes sociais, organizações e instituições políticas, e setor privado, fortalecendo as capacidades das organizações socioambientais para proteger tanto a qualidade ambiental na cidade como na natureza, assim como proteger e conservar a biocapacidade que as sustenta. São estas redes urbano-rurais que permitirão estruturar mecanismos de vigilância permanente de forma holística e integral e não fragmentada.

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