"O que faz falta é combinação, convicção, compromisso, definitivamente Governança"

05/08/2011 - Fundación Conama


Entrevista a Antonio Lucio, experto em mobilidade e consultor independente. Licenciado em Direito foi Diretor Geral de Promoções e Disciplina Ambiental da Comunidade de Madrid, entre 2001 e 2003. Liderou  a Área de Meio Ambiente da Candidatura Olímpica de Madrid 2012 desde dezembro de 2003 até julho de 2005. Responsável pelo cargo de Diretor Geral da Fundação Mobilidade, impulsada pela prefeitura de Madrid até julho de 2011, é diretor da revista Ecosostenible,(desde setembro de 2006) e Membro da Comissão de Meio Ambiente do Comitê Olímpico Espanhol. Antonio coordena junto com a Rede Nossa São Paulo o eixo de Cidades do EIMA 8.

 



Quais devem ser as prioridades para acelerar o progresso por um desenvolvimento sustentável nos próximos 10 anos?

As tecnologias existem, os objetivos também, os discursos oficiais também, bem como, as boas intenções em geral, incluindo a oferta de fornecedores a demanda por bens e serviços, o que faz falta, então, é COMBINAR todos esses fatores ENTRE TODOS. Isto significa convicção, compromisso, concordância, definitivamentegovernança. Esta governação requer uma maneira especial para exercer a liderança e para implementar os poderes públicos (regras, gerentes, contratação, promoção, etc) .. Poderíamos dizer que devem ser novas formas de governança, mas, paradoxalmente o que pode ser novo em relação à experiência recente também podem ser vistos como um retorno à ortodoxia da boa governação, o que deveria ser sempre. E depois de tudo o que pulsa no que eu defendo é transcender dos entornos minoritários, elitistas, especializados.

Que setores econômicos considera que são mais importantes para construir uma economia verde que ajude ao desenvolvimento sustentável?  

Do pontode vista subjetivo, o sector público como o grande criador de demanda e comprador de bens e serviços tem uma prioridade fundamental na promoção do desenvolvimento sustentável e a sua dimensão de mercado,  decisivo.
Des da perspectiva temática destacaria dois setores, de naturalidade intrinsecamente urbana: o sector da construção em termos de reabilitação eficiente de edifícios e bairros me parece o más importante, junto com o da mobilidade urbana. Em relação al primeiro cabe destacar um novo paradoxo, sendo o sector da construção o causante dos desequilíbrios críticos e ataques irracionais agora podem ser líder ao contrário. Este paradoxo é bem sabido o "dizer popular”, aparentemente simples, "é com uma mancha da mora que se remove outra.” Seria, portanto, um fenômeno curioso da redenção.

Qual é o maior desafio hoje em dia que se enfrentam as cidades?

Saber o que querem ser, e, em boa medida, saber o que são. Pode parecer existencialista esta perspectiva, mas é disso que se trata. Nós não pensamos que o desafio reside tanto em sacralizar os indicadores quantitativos (sejam umbrais de contaminação local o sejam percentagens de distribuição modal no transporte, por exemplo) como em gerar qualitativamente uma visão e uma ambição – compartida e consensualizada – sobre que qualidades de vida queremos disfrutar no nosso habitat, ... urbano, é claro. As cidades transbordam privilegiadamente talento e recursos para fazer quase tudo o que pretendem respeitando a elas mesmas. Vimos demonstrado em clave bonapartista e megalómano. Mas cabe uma expressão coral e virtuosa de essas mesmas capacidades.

Concretamente no relativo a mobilidade. A través de que políticas a ações se estabeleceria estratégias de mobilidade para as medianas e grandes urbes  nas próximas décadas?

Com anterioridade, em algum documento o fórum do CONAMA, anotei a idea de que não existem “balas de prata” para a mobilidade urbana, e que não são de recibo essas infraestruturas que se presentão como “a solução”, em nome de uma suposta “eficácia”, e que se articulam e inauguram no lapso de um mandato. Frente a esta apelação e instrumentalização interessada da “eficácia” se oferece a opção do “processo”, processo em que concorrem as inteligências e os interesses plurais, inclusive divergentes, para ir avançando nas soluções menos imperfeitas possíveis e o mais coerentes possíveis. Definitivamente para a mobilidade urbana, como para outras políticas, desconfio dos pretenciosos exercícios de “racionalidade substantiva” (Alguém decide de uma vez o que é o bom para todos) e confio mas dos exercícios de uma procura coletiva e progressiva destas soluções que antes mencionei. O marco inteligente  e adequado para cada caso fazendo possível essa procura é, para o meu entendimento, a principal estratégia (sendo instrumental) para a mobilidade urbana. Essa “racionalidade de natureza procedimental” é a que, particularmente, ha mas necessária. No obstante, tenho duvidas se algo assim seja bem recebido em geral por quem tem o poder. A cultura de governo no nosso país é a da prevalecer-se da posição de vantagem institucional, e não fazer concessiones de diálogo aos grupos críticos. Estranhas vezes quem atua de outra maneira por convicção.

Qual é a importância de iniciativas como o encontro eima e que papel deve exercer um evento como este num mundo globalizado, mas com tantas barreiras? 

O EIMA é importante sobre tudo, na minha perspectiva, na medida em que atue como estimulo exógeno que contribua a criar e fortalecer capacidades endógenas para a mudança. As mudanças não se produzirão de forma milagrosa, nem provindos “chaves nas mãos” por expertos estrangeiros. As mudanças virão de processos vividos conscientemente por as próprias cidades, a partir das suas próprias capacidades, da sua quantidade de conhecimento. As vezes esses se ativam com estímulos externos, em contato com redes que operam a modo alcaloide.
Definitivamente se trata de gerar tendências de rendimentos crescentes a partir do caudal de conhecimentos difusos já existentes. Os clusters são espaços imprescindíveis para estas dinâmicas e estes clusters necessitam ativar-se em entornos de intercâmbios de caudais de conhecimento.

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